Pokémon X & Y tem tudo para ser o melhor Pokémon de sempre. Foi esta a impressão com que fiquei depois de ter jogado durante cerca de uma hora num evento em Londres, onde também tive a oportunidade de entrevistar o diretor Junichi Masuda para saber mais detalhes e conhecer mais a fundo a sua visão para a estreia da série na Nintendo 3DS.
Há muito que a indústria dos videojogos deu o salto para os jogos com mundos a três dimensões, mas Pokémon nunca deu este passo e permaneceu um jogo 2D até ao final da Nintendo DS, marcado pelos jogos Black & White 2. Com a chegada da Nintendo 3DS, a ansiedade por um jogo a três dimensões cresceu entre os fãs, e quando a Nintendo confirmou finalmente o que já todos estavam à espera, foi uma explosão de entusiasmo.
Jogar Pokémon X & Y é fantástico porque finalmente há pormenores incluídos que em jogos anteriores eram impossíveis devido às limitações técnicas. O pormenor que mais me chamou a atenção, e que torna os combates mais realistas, são os cenários, que variam conforme o local onde decorrem. Na versão que experimentei combati numa cidade e numa floresta, e o cenário dos combates eram incrivelmente fiéis ao local em que me encontrava.
Outro pormenor delicioso revela-se quando chega a altura de apanhar um pokémon. Quando se atira a pokébola, a câmera assume a perspetiva na primeira pessoa do treinador, algo que nunca presenciei em jogos anteriores. A isto junta-se o efeito 3D, que torna todo o jogo mais espetacular e que deixará os fãs de boca aberta. Durante a hora que joguei, não consegui deixar de pensar no seu aspeto fantástico. De facto, ainda estou a pensar nisso.
O efeito 3D apenas é ativado em ocasiões específicas, escolhidas pela GameFreak para reforçar os gráficos. O início do jogo, em que escolhemos um dos três pokémons iniciais, e os combates são algumas destas ocasiões. Na exploração do mundo, o efeito 3D fica desligado porque nada acrescentaria ao festim visual e só serviria para cansar a vista mais rápido, um dos efeitos negativos deste efeito.
Os combates não estão apenas mais realistas por causa dos cenários. É todo um conjunto elementos que funcionam em sintonia para criar os combates mais entusiasmantes e espetaculares já vistos na série. Tudo tem mais vida, desde os ataques até às animações dos pokémons. É uma fantasia tornada realidade para quem acompanha, ou acompanhava, os desenhos animados. Pela primeira vez temos um jogo que corresponde visualmente ao que se vê na televisão.
Do que joguei, que foi apenas o início do jogo, até chegar ao primeiro ginásio (mas não podia entrar lá dentro, a Nintendo não permitiu), a estrutura continua com a mesma forma que os jogos anteriores e a premissa é a mesma: escolhe-se um pokémon e parte-se numa aventura para os apanhar todos (missão quase impossível). Não estava à espera de algo diferente, mas o que todos anseiam, é o que vem a seguir, o que está para lá da hora inicial.
Não tive a oportunidade de presenciar uma mega evolução, de combater com os pokémons mais poderosos, nem de experimentar as novas funcionalidades como o Pokémon Amie e o Super Training. Uma hora num jogo com a dimensão de Pokémon é muito pouco. Só para ficarem com uma ideia, nos últimos dois jogos investi mais de 300 horas. Mas o que experimentei foi suficiente para ficar entusiasmado, o que por sua vez é um ótimo sinal.
Com a transição para um mundo a três dimensões, os jogos de Pokémon deixam de estar limitados ao movimento em linhas horizontais e verticais. Caminhar em linhas diagonais finalmente é uma realidade, e esta possibilidade reflete-se no mapa do mundo, que é mais irregular.
Das várias localizações assinaladas no mapa, houve uma que me chamou particularmente a atenção. Em Pokémon X & Y vamos visitar uma fábrica de pokébolas, que deverá explicar como são feitas as pokébolas. Já é habitual que novos jogos de Pokémon expliquem novas coisas sobre este mundo fictício. Por exemplo, em Black & White 2 visitamos um cemitério de pokémons.
Resta-me apenas falar sobre a personalização. Em qualquer centro Pokémon dos novos jogos vão encontrar um sítio apropriado para alterarem a roupa da vossa personagem, um pouco ao estilo de Animal Crossing. Como apenas estava no início do jogo, não sei a quantidade de opções de vestiário que há no total, mas será possível alterar as peças de roupa da cabeça aos pés. Esta adição é bem-vinda, assim cada jogador poderá distinguir-se dos demais e passar um pouco de si para a personagem.
Para concluir, só quero explicar por que razão Pokémon X & Y tem tudo para ser o melhor Pokémon de sempre, como referi no início. De jogo em jogo, a série Pokémon sempre deu passos de bebé, mas com a sua estreia na 3DS dá um salto evolutivo enorme que lhe dá o estatuto de um novo jogo, em vez de ser um mero melhoramento das bases já estabelecidas da série. O que quero dizer é, os jogos antigos traziam sempre aquela sensação de familiaridade, mas no caso de Pokémon X & Y, parece um jogo totalmente novo e promete injetar frescura na série. Só tenho pena de não ter trazido o jogo para casa comigo, porque estava pronto para jogar durante horas a fio.
Agora resta esperar pelo lançamento a 12 de outubro.