Portanto, embora soe divertido que exista o “Dia Internacional das Prostitutas”, é importante entender que a celebração não tem conotação festiva, mas sim de protesto e indignação. A celebração é relativamente recente e teve origem em 1975, depois de uma manifestação que ocorreu em Lyon, na França.
Discriminação
Na época, as prostitutas eram fortemente oprimidas pelas autoridades francesas, situação que acabou forçando-as a trabalhar na clandestinidade. Nenhuma novidade aqui. Como resultado da falta de proteção policial, a violência contra as mulheres aumentou dramaticamente e, depois de dois assassinatos — e da falta de um posicionamento por parte do governo —, um grupo de trabalhadoras organizou uma mobilização pacífica.
Na ocasião — dia 2 de junho —, cerca de 100 prostitutas entraram em greve e decidiram invadir a Igreja Saint-Nizier para expressar seu descontentamento com respeito à exploração, discriminação e precárias condições de vida e trabalho às quais eram submetidas. No entanto, após alguns dias, a polícia foi mobilizada e expulsou violentamente as prostitutas da Saint-Nizier.
Movimento internacional
A ação brutal das autoridades acabou despertando a indignação de outras prostitutas, e o incidente acabou dando origem a uma manifestação nacional que, ao longo dos anos, acabou se espalhando da França para outros países da Europa e para o resto do mundo.
Aqui no Brasil, a celebração é comandada pela Rede Brasileira de Prostitutas, que este ano organizou uma série de eventos que ocorrerão em várias partes do país, tendo como principal foco defender e reivindicar a aprovação do projeto de lei “Gabriela Leite”, que visa a regularização da profissão no país.