Há 17 anos que os minhotos não chegavam à final da Taça de Portugal. Empate com o Rio Ave (1-1) foi mais do que suficiente.
NUNO SOUSA escreveu:Não houve surpresa em Vila do Conde na segunda mão da meia-final da Taça de Portugal. O Rio Ave não conseguiu sequer aproximar-se da discussão da eliminatória (1-1), o Sporting de Braga geriu o seu destino como quis e confirmou, de forma tranquila, a presença no Estádio do Jamor, no dia 31 de Maio. Será a segunda vez que os minhotos vão discutir o troféu com o Sporting (depois de 1981-82) e a quinta no total.
Era uma herança muito pesada a que os vila-condenses tinham de gerir. No jogo da primeira mão (3-0), a noite inspirada de Zé Luís (autor de um hat-trick) deitou por terra grande parte das aspirações do Rio Ave, que nesta quinta-feira entrou em campo à procura de marcar tão cedo quanto possível. O Sp. Braga, porém, com três médios mais posicionais (Mauro, Danilo e Luiz Carlos), foi mantendo a bola longe do último terço do terreno, à espera de tirar partido dos lances de contra-ataque.
Durante o primeiro tempo, Rafa e Pardo (as duas flechas da equipa de Sérgio Conceição) ainda ameaçaram, mas o mau domínio de bola do internacional português hipotecou uma transição perigosa. Um revés relativo para os visitantes, tal como seria a lesão de Zé Luís, aos 39’. O avançado foi substituído por Éder, que inauguraria o marcador um minuto depois.
Na sequência de um pontapé de canto, a bola foi bombeada para a área, os bracarenses ganharam o lance de cabeça, Baiano (ligeiramente adiantado em relação ao último defesa) foi feliz no ressalto e Éder, já em cima da linha de golo, limitou-se a empurrar para a baliza.
Se o Sp. Braga já estava tranquilo na eliminatória, mais confiante ficou. Ainda assim, o Rio Ave regressou dos balneários ainda a respirar e, logo aos 48’, Jebor empatou o jogo, a meias com o guarda-redes bracarense. O avançado rematou de primeira após um cruzamento da direita e Kritciuk defendeu para o chão, viu a bola ganhar efeito e passar-lhe por baixo das pernas.
Os visitantes não tremeram, porém, nem mudaram minimamente a abordagem ao jogo. Pedro Martins apressou-se a trocar Wakaso por Renan Bressan, um jogador com mais poder de finalização e definição no último passe, mas a organização dos minhotos imperou. E a sua superioridade ficou ainda mais vincada aos 75’, quando, numa transição ofensiva rápida, Rafa foi travado de forma ríspida por Pape Sow. O português isolava-se, o central foi expulso.
O segundo finalista da Taça de Portugal 2014-15 estava há muito encontrado, mas Del Valle ainda aproveitou os minutos que restavam para mostrar atributos. Aos 89’, após um brilhante drible, o venezuelano fez estremecer o poste direito da baliza de Kritciuk. Pouco depois, tentou um remate à meia-volta, de fora da área, que ainda chegou a assustar.
O Rio Ave perdia a oportunidade de repetir a presença no Jamor e isso significa que o Sp. Braga, 17 anos depois, terá a hipótese de repetir o feito de 1965-66.