A classificação de Portugal como 'lixo',decidida terça-feira pela Moody's, está a indignar os utilizadores do Facebook que se estão a mobilizar contra a agência de 'rating' e já convocaram um protesto marcado para sábado, em Lisboa.
As múltiplas páginas, eventos e comunidades criados desde então apelam a diferentes tipos de intervenção e vão dos mais simples grupos de
discussão à manifestação mais ou menos organizada que está a ser promovido no "Protesto contra as agências de 'rating'".
O local escolhido é o Terreiro do Paço, em Lisboa, e os organizadores pedem a quem quiser participar (mais de 200 pessoas já disseram que sim)que leve um saco de lixo que servirá de "bandeira simbólica".
O antropólogo Pedro Félix, que se associou ao autor da ideia, o assessor da TAP André Serpa Soares, sublinhou que o objectivo é mostrar que "os cidadãos também têm opinião" e que esta não se resume à dos '"opinion-makers" que aparecem nas televisões e nos jornais.
Pedro Félix destacou que as redes sociais também podem e devem ser usadas "como instrumento para mobilizar as pessoas e não servem só como espaço de manifestação", amplificando o impacto da iniciativa.
"A existência de redes de interesse permite que as ideias circulem com muito mais rapidez, são quase imediatas", adiantou o antropólogo.
Mas há quem opte pelo boicote, como o evento "Cortar na cotação da Moody's" que já conta com mais de 16 mil aderentes e pede para "responder na mesma moeda" a quem "pôs o país no lixo".
O criador, David Carvalho, sugere que se "corte" na Moody's avaliando o website da empresa como 'lixo'.
Outra forma de indignação é a proposta pela página "Portuguese Junk Money" criada por Margarita Cardoso Menezes. "Vamos provar à Moody's que podemos pagar... com a nossa nova moeda" é a frase que lança o objectivo: enviar lixo para a morada da agência de 'rating' norte-americana.
Há também quem peça um minuto para protestar "contra o poder e comportamento das agências de 'rating'", no dia 11 de Julho às 13 horas,como a "Support Rating Agencies" de António Mateus e quem queira "Mandar a Moody's à m...", um apelo que reuniu o consenso de mais de 20 mil utilizadores.
Bruno Silva e Mário Ferreira, autores deste evento, defendem que é preciso "mostrar o desagrado" e sugere que se mande uma mensagem "em bom português", incluindo o vernáculo, para o sítio da Internet da agência de notação financeira.
E concluem, em tom de indignação: "Nós não somos "lixo"!!! Somos 10 milhões de pessoas que querem um futuro".