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As duas conferências de segunda-feira, da Sony e da Microsoft, mais o Nintendo Direct de ontem, permitiram obter uma visão ainda mais evidente sobre o que é o futuro das consolas para as três companhias, embora existam muitas dúvidas por esclarecer. De qualquer forma, deixo em baixo o que penso de cada uma das três.
Microsoft – Futuro utópico
A Microsoft cumpriu o que prometeu aquando da revelação da Xbox One e concentrou-se praticamente em exclusivo nos videojogos. O problema é que existiam muitas dúvidas por esclarecer que ficaram por responder, mesmo com o comunicado deimprensa libertado uns dias antes. De qualquer forma, a Microsoft com a Xbox One está claramente a apontar baterias para o que pensa ser o futuro dos videojogos e do entretenimento caseiro. Um futuro onde não é tanto o hardware que importa, mas o serviço. Um pouco como aconteceu com as boxes da Meo e Zon, onde o que realmente interessa são as funções disponíveis, como a gravação, o acesso instantâneo a filmes e tudo o resto. O problema, contudo, é que a Xbox One não é carne nem peixe, mas antes um projeto preso no limbo, entre o sistema tradicional de consolas que todos conhecemos e o futuro – para já utópico – que idealiza. A péssima comunicação e trabalho de relações públicas que tem desenvolvido também não ajuda nada, mas devo confessar que gostei bastante dos exclusivos que vi na conferência.
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Sony – Aposta segura
A Sony ganhou claramente a E3 com uma “goleada”, falando em termos futebolísticos. E como? Com inação. Claro que não foi só isso; a PS4 oferece muitos serviços, ideias e exclusivos que merecem toda a atenção, mas o que realmente conquistou os presentes na conferência e os jogadores em geral foi o anúncio de que praticamente tudo ficaria na mesma, ou seja, a próxima consola da Sony vai funcionar em termos de ligação online, DRM, jogos usados e tudo o mais, como sempre funcionou a PS3. A PS4 é uma clara evolução da estrutura clássica, ou seja, a continuação óbvia da PlayStation 3. De certa forma, é a resposta para o futuro imediato. Uma consola de hardware poderoso e com um serviço online robusto dedicado a videojogos. O que a Sony tem planeado para o Gaikai e a sua integração nos dispositivos Sony é muito interessante, mas também sabemos que isso não estará a funcionar antes de 2014 e inicialmente apenas nos Estados Unidos. Depois das críticas apontadas à PS3, sobretudo nos anos iniciais, com um preço disparatado e um processador que todas as produtoras odiaram, a Sony parece ter optado por um caminho muito mais seguro e totalmente focado em jogos. E para já, parece ser a atitude certa.
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Nintendo – Falsa partida
A Nintendo antecipou-se à corrida e arrancou a nova geração no final de 2013, quando as rivais não tinham ainda sequer anunciado as suas consolas. O problema é que é bem provável que se tenha precipitado. Em termos de hardware, a Wii U é semelhante à PS3 e Xbox 360, ambas consolas com sete anos. Isto pode colocar a Nintendo em xeque no que respeita às third party, ou seja, as editoras multiplataformas. Enquanto as produtoras viram atenções para a nova geração de hardware – Xbox One e PS4 –, a Wii U vai começar a ser incapaz de correr esses jogos, limitando-a aos produtos Nintendo e alguns projetos pontuais de outras produtoras. Pior que isso, contudo, foi ver o que a Nintendo tem planeado para o espaço de um ano. O último Nintendo Direct mostrou-nos jogos interessantes, que serão de certeza divertidos, apesar das ausências evidentes de Metroid e Zelda. Contudo, uma boa fatia dos jogos mostrados só estará disponível em 2014. Além disso, precisamos de algo que prove de uma vez que o GamePad é realmente um acessório capaz de fazer a diferença, o que ainda não aconteceu. A Wii U ainda tem salvação, mas a Nintendo tem obrigatoriamente de fazer muito mais e melhor.
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Conclusão – Quem “ganha”?
Na minha opinião, e pelas reações um pouco por toda a indústria, a Sony leva clara vantagem no que à E3 diz respeito. A PlayStation 4 parece a consola perfeita para quem não quer sair da sua zona de conforto, mas estará na mesma posição daqui a cinco anos? A visão da Microsoft incomoda muita gente, mas é inegavelmente a que tem mais ambição e uma margem de progressão maior… se não ficar encalhada logo à partida, sobretudo com o preço de € 499. Por último, a Nintendo, que pode ter na grande qualidade dos seus exclusivos internos uma vantagem preciosa, mas que ainda não soube usar devidamente. Conclusão? Ainda não há um vencedor definitivo. A partir do final do ano vão existir três opções no mercado, cada uma com uma visão distinta do que pretende oferecer durante a próxima década e a REWTEC cá estará para vos relatar como evolui o que promete ser a “guerra” de consolas mais renhida de sempre.