[Reviews] ANÁLISE - NINTENDO LAND - WII U

É senso comum que toda empresa que lança um novo aparelho no mercado precisa trabalhar duro em um “Jogo de lançamento” para este console e portátil. Afinal, é preciso demonstrar o seu console ao mundo, apresentar suas principais características e fazer com que o jogador saiba o que ele pode fazer logo no primeiro game.

Com o Wii, a Nintendo fez isso a partir de Wii Sports, que não era nenhum Super Mario, mas se encaixava perfeitamente neste pretexto. Afinal, Wii Sports sugava todo o potencial do Wii Remote, o revolucionário controle do console, com sensor de movimentos e formato... estranho. Ao menos na época, não é?


Pois a história se repete com o Wii U, já que a Nintendo fez questão de incluir um jogo no pacote “Premium” do aparelho, mas desta vez os esportes ficaram de lado. Com Nintendo Land, a companhia pretende demonstrar as capacidades do GamePad, igualmente revolucionário controle do Wii U, com uma tela sensível ao toque e outras tecnologias.

Mas afinal, qual é a desse Nintendo Land? Bem, se a palavra “Land” não te deu nenhuma dica, vamos dar uma ajudinha. Imagine que ele seja uma “Disneylândia da Nintendo”, como um parque de diversões com atrações temáticas, visitantes, decorações e muita, mas muita diversão! Ok, exageramos neste ponto, mas deu para sentir o clima?

Desde o início, o game já quer te passar um clima de “parque de diversões”. Somos apresentados ao computador Monita, que te explica o básico do funcionamento do local e dá algumas dicas iniciais do que deve ser feito em seus primeiros momentos dentro de Nintendo Land. O começo é lento e bem básico mesmo, e Monita fala, mas fala muito. Fala tanto que, mais adiante, ela mesmo meio que se desculpa com o jogador e diz que não vai mais encher o saco.


Mas, logo nesses primeiros momentos, você já consegue sacar qual é a de Nintendo Land. No tutorial, Monita te dá as dicas do que fazer com as funções do controle, como o sensor de movimento embutido (que te deixa observar ao redor), a tela sensível ao toque (que deixa a interação bem mais rápida), além de outras funções menos importantes.

Porém, o que importa mesmo em Nintendo Land não são essas firulas, mas sim os 12 minigames temáticos, e suas variações, que esperam o jogador ao redor do parque. O ambiente principal em si serve como uma central de atrações, ou hub, e o jogador deve escolher em qual minigame quer ir, entrando por um portal com seu Mii.

Fãs do PlayStation 3 vão achar algumas similaridades deste ambiente inicial de Nintendo Land com a PlayStation Home, ambiente virtual do console da Sony. O game da Nintendo é como um espaço virtual da Home, daqueles temáticos de empresas, mas obviamente bem mais completo e com mais interações.

Vamos falar de coisa boa, vamos falar da Tekpix, ou melhor, dos minigames contidos em Nintendo Land. Como citamos, são 12 no total, e cada um se inspira em um jogo da Big N, seja ele muito conhecido (como Mario e Metroid), ou um pouco mais obscuro e antigo (como Balloon Fight e Game & Watch).

No geral, todos os minigames são divertidos, mas há sempre aquele que é bem mais divertido do que o outro. A Nintendo acertou o tom ao introduzir jogos que realmente fazem bom uso do GamePad, já que aqui seu potencial é demonstrado ao máximo.

Das 12 atrações, três precisam de no mínimo dois jogadores para serem aproveitadas (Super Mario, Luigi's Mansion e Animal Crossing). Outras três adicionais podem ser jogadas de forma solo, mas possuem suporte a multiplayer (Zelda, Pikmin, Metroid). Por fim, seis possuem modo para apenas um jogador (inclui Yoshi, F-Zero, Balloon Fight, Donkey Kong e mais).


Ainda que os minigames multiplayer pareçam poucos, a divisão está até bem equilibrada. Isso dá um incentivo para que o jogador aproveite sozinho o game, mas que também chame os amigos para participar de algumas atrações. Ao contrário de Wii Sports, que só ficava realmente divertido com o multiplayer, Nintendo Land tem a vantagem de ser um jogo aprazível a longo prazo, mesmo estando sozinho.

Falando um pouquinho de alguns minigames mais notáveis, a Nintendo elevou sua criatividade neste ponto. Um dos mais divertidos precisa ser jogado em multiplayer, que é o do Super Mario. Um jogador, no GamePad, controla um “Mario”, enquanto outros participantes (até quatro), com um Wii Remote, precisam capturá-lo em um grande mapa. O jogador que controla o Mario visualiza tudo pelo GamePad, inclusive a posição dos oponentes, enquanto os outros participantes precisam trabalhar em equipe para ver quem agarra o fugitivo primeiro.

Outro que é bem engraçado é inspirado no jogo Octopus do Game & Watch. Trata-se, basicamente, de um game de ritmo, onde é preciso seguir os passos de um boneco para fazer pontos. O mais engraçado é que a câmera embutida no GamePad filma o jogador a todo o momento, como se ele fosse uma parte dançante do cenário. Desconcentra, mas é engraçado.




Apesar de divertidos, os minigames podem ter alguns probleminhas. “Podem”, pois não são exatamente problemas, mas que podem se tornar, se é que você nos entende. Explicando melhor: alguns minigames exigem elementos extras para se tornarem verdadeiramente divertidos.

Um deles é o minigame de Legend of Zelda. Nele é possível jogar sozinho, mas seu modo multiplayer permite até outros quatro participantes com o Wii Remote. O lance é que um Motion Plus também é requerido, ou então o Wii Remote com o acessório já embutido. Sendo assim, para aproveitar plenamente o modo, você precisa não só do Wii U, mas pelo menos mais alguns controles extras e amigos presentes, já que não há modo online.

Citamos isso pois o minigame de Zelda é muito melhor quando jogado com mais pessoas. Em seu modo solo ele pode ficar um pouco chato com o tempo, além de cansativo, já que requer que o jogador fique mirando com o GamePad levantado.

Outros minigames onde estas “falhas” podem ocorrer são aqueles obrigatoriamente multiplayer, como o de Super Mario ou Animal Crossing. Eles funcionam meio que na forma de “esconde esconde”, onde alguns jogadores fogem e o outro tem que pegá-los. Infelizmente, este tipo de game só funciona bem se você tiver mais de dois jogadores, já que aproveitá-lo apenas com dois (um fugitivo e um caçador) torna a experiência desequilibrada e um pouco sem graça.




Estes são apenas pontos que citamos que nos incomodaram no jogo, mas que temos certeza que não devem incomodar o público-alvo de Nintendo Land e os fãs do Wii U. Geralmente, quem compra um game deste tipo, sabe que sua experiência mais completa é multiplayer, então realmente não há grilos quanto a isso. Tudo bem que Nintendo Land vem encartado com o pacote de luxo do console, mas vamos dar um desconto neste ponto, certo?

E quanto aos gráficos? Não temos nenhuma reclamação sobre isso. O título prova que o Wii U pode fazer bonito, deixando toda aquela impressão de “console de baixa definição” do Wii para trás. Os ambientes são muito bonitos, os personagens coloridos e carismáticos e há efeitos especiais bem bacanas, como o brilho do parque ao pôr do sol, ou sua aparência noturna, que também é bem interessante.

É claro que o jogador controla um Mii durante todas as partidas em Nintendo Land, mas nem isso incomoda, de tão simpático que é o design geral do game. Apesar de não ser tão grandioso, o parque tem um ambiente bem amplo para o que se presta, mostrando também um design inteligente e organizado para as atrações e seus Miis se divertirem.



O jogo é ainda recheado de extras e destrancáveis. Cada minigame tem fases adicionais, com mais desafios e mais pontos a serem coletados – e não pense que as fases mais avançadas serão fáceis, pelo contrário! A cada moeda coletada nos jogos, você pode tentar a sorte na central do parque para destrancar brindes, que servirão de decorativos temáticos para o ambiente. Além dos destrancáveis, apesar de não ter multiplayer online, Nintendo Land pode reunir seus amigos da Internet no parque, puxando Miis do mundo todo, caso você jogue conectado. Uma função quase inútil, mas legal.

No geral, Nintendo Land também faz um bom uso do GamePad, explorando todas as suas funções, de sensores à segunda tela, passando ainda pelos botões disponíveis, analógicos e tudo o mais. Sem parecer exagerado, cada função é usada com bom senso pela Nintendo, como era de se esperar.

Apesar de não ser um título do tipo que venda sistemas, Nintendo Land faz bem o que se presta. O jogo é verdadeiramente divertido e tem minigames muito interessantes, inspirados por muitas séries da própria Nintendo. Os gráficos mostram que o Wii U é uma bela evolução em relação ao Wii e o multiplayer, ainda que offline, se revela extremamente prazeroso, além de ser muito engraçado. A Big N acertou em encartar este jogo com o Wii U no pacote de luxo, mas ele também vale uma espiadinha por aqueles que possuem o pacote mais simples.

A FAVOR:

- Belos gráficos, belos mesmo;
- Atrações muito divertidas, no geral;
- Bons extras desbloqueáveis;
- Boas homenagens aos jogos da Nintendo;
- Uso inteligente das funções do GamePad.


CONTRA:

- Alguns modos multiplayer exigem muitas pessoas para funcionar bem;
- Outros minigames exigem até mesmo um Wii Remote com MotionPlus, e nem todo mundo tem um.

VEREDITO:

Apesar de não ser um título do tipo que venda sistemas, Nintendo Land faz bem o que se presta. O jogo é verdadeiramente divertido e tem minigames muito interessantes, inspirados por muitas séries da própria Nintendo. Os gráficos mostram que o Wii U é uma bela evolução em relação ao Wii e o multiplayer, ainda que offline, se revela extremamente prazeroso, além de ser muito engraçado. A Big N acertou em encartar este jogo com o Wii U no pacote de luxo, mas ele também vale uma espiadinha por aqueles que possuem o pacote mais simples.


Fonte: FinalBoss